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Não
precisa de presenças exigidas:
amplia-se
com as usências significantes.
O amor maduro
tem e quer problemas, sim, como tudo.
Mas vive
dos problemas da felicidade.
Problemas
da felicidade são formas
trabalhosas
de construir o bem, o prazer.
Problemas
da infelicidade não interessam ao amor maduro.
Na felicidade
está o encontro de peles, o ficar com o gosto da boca
e do cheiro
do outro - está a compreensão antecipada, a adivinhação,
o presente
de valor interior, a emoção vivida em conjunto,
os discursos
silenciosos da percepção, o prazer de conviver,
o equilíbrio
de carne e de espírito.
O amor maduro
é a valorização do melhor do outro
e a relação
com a parte salva de cada pessoa.
Ele vive
do que não morreu, mesmo tendo ficado para depois,
vive do
que fermentou criando dimensões novas
para sentimentos
antigos, jardins abandonados, cheios de sementes.
Ele não
pede, tem.
Não
reivindica, consegue.
Não
percebe, recebe.
Não
exige, oferece.
Não
pergunta, adivinha.
Existe,
para fazer feliz.
O amor maduro
cresce na verdade e se esconde a cada auto-ilusão,
basta-se
com o todo do pouco. Não precisa e nem quer nada do muito.
Está
relacionado com a vida e por isso mesmo é incompleto,
por isso
é pleno em cada ninharia por ele transformada em paraíso.
É
feito de compreensão, música e mistério.
É
a forma sublime de ser adulto e a forma adulta de ser sublime e criança.
É
o sol de outono: nítido, mas doce.
Luminoso,
sem ofuscar.
Suave,
mas definido.
Discreto,
mas certo.
Informação de Autoria gentilmente enviada por Eloisa Albuquerque
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